“A gente espera do mundo e o mundo espera de nós… um pouco mais de paciência”

Não importa o quanto você já tenha vivido diversas situações da vida, a nossa condição de ser humano é básica: estamos sempre aprendendo algo novo. E isso exige tempo. E tempo, meus queridos, pede paciência.

Essa verdade pode te amargar a boca, mas pode te trazer um frescor de olhar para o resto dos acontecimentos do mundo como: será que essa pessoa, que tem que fazer essa parte de algo, pra eu conseguir fazer a minha parte, está com alguma dificuldade (técnica/emocional)? Será que ela precisa de ajuda? Talvez essa estratégia seja mais generosa do que vir com a categórica “não tá fazendo porque tá enrolando/não é capaz/tá me fudendo/tá com preguiça…” e suas inúmeras derivações. Não me faço de santa, e atirei milhares de pedras, não só a primeira, de que provavelmente serei diversas vezes essa pessoa categórica.

A questão é que esse engate é perfeito pra estragar uma marcha já meio sem óleo (leia-se sem paciência). E uma dose pequena de impaciência é suficiente para disparar no seu cérebro uma resposta de fúria e dizem os neurocientistas que essas ligações internas tem a ver com a região da amígdala (ou posso ter me confundido e inventado isso, há boas chances, inclusive).

A chave da questão, aliás, a correia dessa engrenagem é que tá estragada. Você pode trocar o óleo, se a correia tá suja, o óleo logo fica estragado também. E o que tudo isso fala sobre paciência?

Traduzindo: não adianta querer ter paciência se você não interrompe o ciclo vicioso da impaciência — mesmo que eu nem concorde que seja possível adquirir paciência. É preciso avaliar os acontecimentos na sua realidade, e (re)ver que você pode agir diferente cedendo lugar às decisões certeiras. As correias sempre vão existir e o mundo externo não colabora só porque você tá puto (infelizmente não mesmo!). Então precisamos ver quais as estratégias possíveis para se manter no lugar de tranquilidade. Aqui vale tudo, inclusive não fazer nada no momento de raiva, ou respirar bem fundo, ou cantar uma música brega, ou visualizar bigornas caindo…

A questão que surge é: é possível ser realista diante da impaciência?

Sim, pois não importa tanto se, no fim, você vai conseguir o resultado: ser mais paciente. Importa mesmo se você consegue avaliar o que dá ou não pra mudar, ou, pelo menos, ainda não dá para mudar, pra criar estratégias mais efetivas. Aqui uma dica: crie objetivos tangíveis, não espere que Sua Santidade Dali Lama baixe em você.

Isso significa só estar consciente. E, as vezes, isso é suficiente…